PISCINA DESABA EM EDIFÍCIO DE LUXO NO ESPÍRITO SANTO.
Imagine você nadando em uma piscina e de repente o fundo dela desaba…
Meu Deus, nem pensar numa coisa dessa!
Felizmente a piscina, que recentemente tivemos conhecimento na mídia, não estava ocupada por moradores, e a garagem no subsolo também estava vazia.
Mas o que pode ter acontecido afinal?
Essa pergunta pode estar na cabeça de diversas pessoas. Vamos lá!
Em uma estrutura de concreto armado, quando se trata de reservatório, é necessário que a armadura da laje fundo seja ancorada nas paredes ou vigas das bordas laterais.
Observe as forças que atuam. São conhecidas na engenharia como Momentos Fletores e Forças normais de tração:
As lajes de fundo sofrem os mesmos esforços das laterais, no caso desse ocorrido, a piscina desse prédio estava suspensa sobre a laje do subsolo da garagem.
As fotos disponíveis na internet demonstram que a laje de fundo da piscina se desprendeu inteiramente, deixando as paredes laterais intactas.
Isso leva a entender que as armaduras das paredes laterais não estavam conectadas com as armaduras da laje de fundo.
Agora só um laudo conclusivo de engenharia para identificar de quem é a responsabilidade.
Se no projeto estrutural desse prédio for encontrado especificado essas armaduras da laje de fundo x paredes laterais, o projetista responsável pelo projeto não tem responsabilidade pelo ocorrido.
Ai a responsabilidade recai sobre a construtora e o engenheiro responsável pela execução da obra.
Por outro lado, se não existir no projeto a comprovação dessa especificação de armadura da laje de fundo com as paredes laterais (ou vigas parede), o projetista será responsabilizado pelo CREA ES por falha de projeto, e sofrerá as sanções legais.
Ficando a construtora junto ao engenheiro responsável pela obra isenta de responsabilidade pelo ocorrido, uma vez que seguiu as diretrizes de projeto.
Mesmo que, normalmente, se espere que o engenheiro residente na obra, junto com o responsável técnico da empresa que executa estrutura de concreto armado, tenha experiência para detectar esse tipo de divergência, ou possível falha que possa ocorrer em projetos estruturais, nesse caso passou despercebido por todos os envolvidos.
Para isso é importante a Incorporadora, Construtora ou o Gestor do Fundo Imobiliário envolvido em projetos de Construção de Edifícios Comercias, Residenciais ou Centros Logísticos de Armazenagem ter uma assessoria de algum profissional consultor de estruturas, ou empresa especializada em perícias de engenharia.
Através desse acompanhamento técnico há mais possibilidade de detectar possíveis falhas de projeto e/ou execução, que possam ser sinalizadas a tempo, preservando a imagem das empresas e minimizando riscos.
Após retirada dos escombros, a estrutura se mostrou sem comprometimento, segundo a prefeitura, e após Laudo Técnico de Engenharia foi autorizado o retorno dos moradores.
Esse acidente está sendo investigado pelo CREA, por engenheiros peritos e em breve será apresentado um laudo conclusivo de engenharia.
Mas sempre que uma calamidade como essa acontece, evidencia-se o alerta para que fiscalização, critérios, normas e qualidade de serviços sejam rigorosos.
A medida que grandes avanços são conquistados no campo da engenharia e da arquitetura, projetos inovadores, ousados muitas vezes, a segurança deve ser um pilar fundamental.
Imaginem a responsabilidade, a observância técnica e os critérios rigorosos para se construir uma piscina suspensa como a que está para inaugurar em Londres. A “Sky Pool” que liga dois edifícios e está a 35m de altura.
Essa piscina de 25 metros será preenchida com 148 mil litros de água e foi submetida a testes de resistência em sua fábrica nos Estados Unidos.
